sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nordeste lidera em crescimento da classe média

Região Nordeste registra crescimento de 123% no período
2002-2012 superior a média nacional de 57%
A renovada classe média brasileira assumiu o papel de protagonista do mais recente momento da economia nacional. Apesar da desaceleração do ritmo de crescimento e da diminuição das previsões de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano - por conta dos efeitos nocivos evidenciados pela turbulência internacional -, é no consumo das pessoas integrantes dessa faixa que o País vem se escorando para manter a geração de emprego e renda.
E o Nordeste tem sido a região de maior destaque quando o assunto é o revigoramento da Classe C; vista, agora, como o motor do Brasil, na concepção de vários especialistas brasileiros e também do exterior.
Nos últimos dez anos, os nordestinos foram os cidadãos que mais entraram na nova classe média na comparação com as demais regiões do Brasil. Enquanto a média no restante do País foi de 57% de avanço, no Nordeste, em igual período (2002-2012), o crescimento da massa de renda foi de 123%.
O Nordeste já é a segunda região em participação de pessoas dessa camada econômica, com 22%, contra 46% do Sudeste e 16% do Sul. Os dados são do estudo intitulado "Vozes da Classe Média - Para Entender o Novo Brasil/ Dimensões da Classe Média Brasileira", produzido pelo Instituto Data Popular.
O levantamento foi lançado junto com o projeto da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) denominado Vozes da Classe Média, que deve ajudar em definir o perfil desse estrato social com o objetivo de colaborar para a formulação de políticas públicas mais adequadas para o segmento.
No Brasil, atualmente, 53% da nação pertencem à classe média (104 milhões de brasileiros). Nos últimos dez anos, foram 35 milhões incluídos nessa categoria, com destaque para as mulheres, negros e nordestinos.
"O aumento expressivo da renda da nova classe média foi possível influenciado positivamente pela ampliação da presença feminina no mercado de trabalho. Em dez anos, os principais incrementos de renda da nova classe média foram entre os negros, as mulheres e a população do Nordeste", destaca o sócio diretor do Data Popular, Renato Meirelles, sobre a importância da ampliação de renda desses três itens para o avanço desta camada social.
De acordo com o secretário de Assuntos Estratégicos da SAE, Ricardo Paes de Barros, uma das característica da classe média é que os grupos que entraram eram os que estavam menos representados. "Agora ela (nova classe média) é muito mais heterogênea do que era há dez anos. As empregadas domésticas que eram uma fração menor ampliaram a participação, os negros aumentaram. Quase 80% do aumento na classe média referem-se à população negra", diz.
Na opinião de Renato Meirelles, os desafios dessa estratificação também são distintos. "A nova classe média quer, agora, depois de conquistar maior renda e crédito, políticas públicas que possibilitem a manutenção de sua condição social. Ela quer impostos mais baixos para serviços como de fornecimento de energia elétrica, banda larga e telefonia".
Conforme o sócio diretor do instituto, a classe média está cada vez mais consciente e, também, exigente. "Exige transparência para a aplicação dos recursos do governo em ações contra a criminalidade, em alta nas grandes cidades do país, e em prol do desenvolvimento educacional brasileiro", avalia.
Brasília Nos últimos dez anos, 37 milhões de brasileiros saíram da pobreza e passaram a ser classificados como classe média. Hoje, a população que vive com uma renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019 por mês alcança 53% dos brasileiros, ou 104 milhões de pessoas.
Os dados da pesquisa "Vozes da Classe Média", preparada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, mostra que essa população vai movimentar, em 2012, quase R$ 1 trilhão - um valor que, se fosse um país, seria o 18º mais rico do mundo, logo abaixo da Argentina e da Turquia e acima da Holanda. Uma pequena parte dos brasileiros, 6%, também subiu da classe média para a classe alta.
"A expectativa que temos é que esse crescimento seja sustentável e continuado porque foram conquistados com trabalho e protagonismo dessas pessoas", afirmou o economista Ricardo Paes de Barros, secretário de Ações Estratégicas da SAE. A projeção é de que, se o esse crescimento continuar, mantendo também a redução da desigualdade, em 2022 a classe média brasileira irá representar 57%.
Paes de Barros credita o avanço dessa população em boa parte à redução da desigualdade de renda que houve no Brasil desde 2002. O cálculo da SAE é que, se não houvesse essa redução, a classe média teria aumentado apenas cinco pontos percentuais. Se a queda de desigualdade parar, alerta, em dez anos esse grupo da população vai se manter nos mesmos 53% atuais.
O estudo mostra, ainda, que o principal fator para o avanço dessa baixa renda para a média renda é a educação. Essa também é a chave para que o avanço dessas pessoas continue para a classe mais alta. A maior parte da população que hoje está na classe média tem em média oito anos de estudo. Na classe alta, esse número sobe para 12 anos - ou seja, passa-se do ensino fundamental completo para o ensino superior incompleto. 

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