terça-feira, 5 de junho de 2012

39 municípios Cearenses podem ter perda total


Região dos Inhamuns, a mais seca do Ceará

De cada cinco municípios cearenses, pelo menos um teve perda de safra em 2012 acima de 90%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). A maioria dos municípios se concentra na região do Sertão dos Inhamuns, Sertão Central e Jaguaribe.
 Ao todo, 39 dos 184 municípios do Estado - ou 21,1% do total -, estão na lista dos maiores prejuízos. Mas há casos em que a situação é ainda pior: São João do Jaguaribe e Solonópole. Lá, a perda da safra chegou aos 100%.
Elaborado com dados da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (DAS) e Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), o relatório do Ipece considera o período de janeiro a 25 de maio de 2012.

Índices de vulnerabilidade
Além de listar os municípios com os maiores prejuízos, o instituto também apresenta o chamado índice de vulnerabilidade. Ou seja, com base em uma série de indicadores, o Ipece identifica que localidades no Estado estão mais propensas a riscos da estiagem. Foram considerados itens como produtividade agrícola por hectare, índice de distribuição de chuvas e percentual de domicílios com abastecimento de águas adequado.
Também foram levados em consideração a proporção de famílias beneficiadas com Bolsa-Família; número de vagas do seguro safra por 100 mil habitantes rurais e perda da safra, entre outros.
A perda da safra, segundo Klinger Aragão, técnico do Ipece, merece ser destacada dentre as demais variáveis, dada a sua relação direta com a vulnerabilidade da população rural.
Isso porque, diz Aragão, em função de ser um indicativo de segurança alimentar, o que a levou a ser uma variável-chave da definição dos 168 municípios com decretação de estado de emergência.
“Desses (168), vinte apresentam perdas superiores a 95%; dois municípios, São João do Jaguaribe e Solonópole, com perdas de 100% e, ainda, 40 municípios registram no período perdas superiores a 90%” .

Esperanças
Mas nem tudo são más notícias. De acordo com o Governo do Estado, nas últimas décadas, estão em curso ações que reduziram o risco de vulnerabilidade da população, sobretudo rural.
Criou-se, destaca o Ipece, uma rede de assistência, tendo como elemento básico e essencial a criação de um banco de dados que permitiu a organização do cadastro de todas as famílias em condições de insuficiência de renda.
As ações, reconhece Klinger Aragão, ainda são insuficientes para impedir o quadro de fragilidade social. Principalmente, diz, em um ano com características climáticas de 2012, que “repercute socialmente, provocando elevadas pardas de safra e redução de renda”.

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