quarta-feira, 18 de abril de 2012

RN repete ranque negativo

Trabalhadores no RN com baixos salários
Os trabalhadores que conquistaram uma vaga com carteira assinada este ano se depararam, no Rio Grande do Norte, com o terceiro menor salário médio de admissão do país. De acordo com dados relativos ao primeiro trimestre, divulgados nesta segunda-feira, 16, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o valor médio no estado, R$ 795,71, só ficou na frente dos registrados no Piauí (R$ 771,65) e na Paraíba (R$ 768,24), apesar de ter alcançado um aumento real de 7,29%, em relação ao do mesmo período do ano passado. A posição negativa do RN é semelhante a que ocupou em 2011. 
"Tradicionalmente os salários no Rio Grande do Norte ficam abaixo dos de outros estados. Uma das razões para isso é que os pisos de atividades como indústria e serviços estão colados no salário mínimo", analisa o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômiocos (Dieese), Melquisedec Moreira. A alta taxa de rotatividade no mercado de trabalho é, entretanto, a principal responsável por pressionar a remuneração inicial dos trabalhadores, na visão dele.
Um estudo recente do Dieese e do Ministério do Trabalho sobre a rotatividade do mercado de trabalho brasileiro mostra que a taxa no Estado, em 2010, era de 37,1%. Isto é, a cada 100 contratados, 37 eram demitidos. "E são demissões por iniciativa da empresa. Esses trabalhadores saem e retornam à busca por nova vaga. Esse movimento reduz salário", diz Moreira, observando que a rotatividade rebaixa a remuneração porque quem entra no mercado entra com um salário menor do que os que são desligados.
Segundo o Tribuna do Norte, especialistas observam que a alta rotatividade é ruim para o trabalhador e boa para o empregador porque, demitindo o empregado e contratando um outro para a mesma vaga, a empresa aumenta a produtividade e diminui os custos, já que se livra dos encargos sociais altos.
Em março deste ano, a taxa de rotatividade no Rio Grande do Norte chegou a 3,90% - a segunda maior da região. A da Bahia (3,98%) ficou na primeira posição do ranking. Na construção civil, a taxa do Rio Grande do Norte também é a segunda maior nordestina: 7,25%. Perde para a do Piauí, que ficou em 8,33% no período.
O Ministério do Trabalho não analisou os números do levantamento, mas informou, em nota, que o cenário é semelhante ao verificado em 2011. Os números mostram que, apesar de ter registrado o segundo maior crescimento real do Nordeste, de janeiro a março, o Rio Grande do Norte continuou entre os piores do ranking. Na outra ponta, São Paulo (R$ 1.134,90), Rio (R$ 1.119,43) e Distrito Federal (R$ 1.032,80) continuam nas primeiras posições entre os estados.

Saldo de emprego

A geração de empregos segue o mesmo caminho do salário de admissão. No primeiro trimestre do ano, foram admitidos no estado 45.712 trabalhadores e demitidos 47.842, rendendo saldo negativo de 2.130 vagas. A indústria de transformação e a agropecuária foram os setores que mais cortaram postos de trabalho no período.
Na indústria, as demissões ficaram concentradas nas indústria têxtil, de confecções, de alimentos e na química, influenciadas, nestes últimos casos, pela produção de açúcar e álcool.
De janeiro a março, a indústria química dispensou 1.511 trabalhadores no Estado. Já a têxtil e de confecções cortou 854 vagas, e não há previsão de recuperação breve, na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales. Na visão dele, o principal gargalo das fábricas, a concorrência com a China, precisa ser combatida, e as recentes medidas do governo federal, para desonerar a folha de pagamento, reduzir tributos e o custo do crédito surtirão pouco efeito no mercado de trabalho do estado. Ele projeta que a construção civil, por outro lado, registrará melhor desempenho estimulada pelas obras relacionadas à Copa de 2014 e à construção de parques eólicos.
Os setores de comércio e serviços também se destacam. Até março, foram os dois juntos os que mais geraram empregos no estado. Apesar de ter desacelerado em relação a 2011, a movimentação de turistas em Natal ajudou a puxar os números para cima, segundo o presidente da Fecomercio RN, Marcelo Queiroz.

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