sexta-feira, 13 de abril de 2012

Homem mora ha 2 meses no aeroporto de Salvador


Há dois meses "morando" clandestinamente no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, Gerson Ferreira da Silva, 46 anos, não esperava que sua primeira visita à capital baiana fosse lhe render tantos prejuízos.
Iludido por uma falsa promessa de emprego, o homem que trabalhava em um loja de móveis em Campinas, no Estado de São Paulo, saiu de suacidade à procura de melhores salários, mas se decepcionou ao ver que os seus planos foram frustrados por diversas mentiras. Diferente do que esperava, o paulista não encontrou loja, nem melhor remuneração, muito menos algo que lhe oferecesse perspectivas de um futuro melhor.
Gerson Ferreira, como no filme "O Terminal".
Segundo Gerson Ferreira, a sua chegada à Salvador foi viabilizada por um caminhoneiro, que supostamente integrava a empresa em que trabalhava em Campinas. Juntos, eles atuariam em uma filial da loja de móveis, na capital baiana. Entretanto, ao chegar à cidade foi comunicado, por alguém que não soube identificar, que a loja não funcionaria por problemas relacionados ao alvará de funcionamento. Enquanto o trabalhador ainda tentava digerir a frustração dos planos, o suposto caminhoneiro informou que não retornaria para Campinas, obrigando-o a permancer na cidade.
Desde então, o trabalhador paulista está no aeroporto de Salvador, onde dorme clandestinamente. Com a ajuda de alguns taxistas, consegue alimentos e dinheiro para revender água no próprio local. "Durmo até às 3h da manhã e, para não ser visto lá dentro, saio e sento neste banco. Há dois meses esta é a minha rotina", comentou cabisbaixo. Os taxistas da região, que preferiram não ser identificados, confirmaram a história do trabalhador paulista.
Gerson foi encontrado pela reportagem de A TARDE, na última segunda-feira, 9,  quando a equipe de esportes cobria a chegada do São Paulo, equipe que jogou contra o Bahia de Feira, na cidade de Feira de Santana, na noite desta quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Ajuda - Sensibilizado pela história do trabalhador, o Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade não-governamental ligada a Organização Nacional do Movimento Negro, se ofereceu para comprar uma passagem aérea para Gerson.
"Embora trabalhemos com políticas sociais de promoção e respeito, também atuamos na base, nos problemas diários enfrentados pela população negra no Brasil. A história deste homem é característica do sofrimento de muitos negros que, por falta de opção de emprego e educação, acabam saindo de suas cidades e sendo explorados e enganados em outras regiões", retratou o coordenador do CEN na Bahia, Marcos Rezende.
Segundo o coordenador da entidade, os representantes do CEN conversarão com o trabalhador, para descobrir a sua relação com a loja de materiais e, após o esclarecimento do caso, as passagens serão entregues. "Pretendemos resolver todas as pendências até o final desta semana. Dando tudo certo, ele já estará em Campinas na próxima semana", completou Marcos Rezende.
Agora, o trabalhador aguarda ansioso o momento em que poderá rever a mulher e os quatro filhos. "A minha maior vontade é voltar para casa", emociona-se. Procurada pela equipe de reportagem de A TARDE, a Superintendência do Aeroporto de Salvador contou que, até a noite desta quinta-feira, 12, não foi informada sobre a presença de Gerson no local.
Pro Henrique Mendes com colaboração de Margarida Neide

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